Não há como negar isso Fé: A Trindade ProfanaAs limitações gráficas às vezes são um obstáculo para qualquer aparência de imersão, mas o jogo realmente conseguiu transmitir uma sensação de desconforto com uma abordagem tão minimalista. A princípio pensei que o jogo não passaria de uma brincadeira. Eu estava preso em uma floresta, alguns inimigos idiotas parecidos com aranhas fugiriam rapidamente de mim se eu decidisse mostrar-lhes uma cruz sagrada, e a premissa geral parecia apressada e confusa. Eu estava gostando do fato de todos os menus serem escritos em latim, dando uma camada extra de conotações religiosas, mas no começo o jogo parecia bobo, não assustador.
Ao chegar em alguns postos de controle específicos, além de coletar documentos, Faith começou a mostrar que era muito mais profundo do que eu pensava inicialmente. Em primeiro lugar, estes documentos são impecavelmente bem escritos. A construção do mundo deste jogo é realmente impressionante. Além disso, houve algumas cenas perturbadoras, renderizadas no mesmo estilo gráfico, mas buscando um pouco mais de realismo… na verdade parecia assustador. Não sou do tipo que se assusta facilmente com um produto de terror, com exceção de O Exorcista. Qualquer coisa que consiga capturar uma fração da atmosfera daquele filme pode realmente me dar arrepios. Caso e ponto, Fé: A Trindade Profanapor mais bobo que parecesse, estava conseguindo exatamente isso.
Então fui morto por um inimigo e fui mandado de volta para um posto de controle anterior. Com isso, toda a tensão desapareceu num instante. Comecei a corrigir alguns dos meus erros, coletei mais documentos e passei para outros capítulos, mas saber que ser pego por um inimigo faria muito pouco em termos de perda de progresso apenas transformou a tensão em um leve incômodo. Fé: A Trindade Profana deixou de ser uma experiência realmente assustadora para ser apenas uma experiência indie de tentativa e erro com alguns inimigos ocasionalmente irritantes… e uma escrita espetacularmente boa.
A principal conclusão é que você provavelmente irá gostar Fé: A Trindade Profana não por causa de sua jogabilidade ou (falta de) fator assustador, mas por causa de sua excelente construção e escrita de mundo. No início, o jogo parecia realmente agourento e tenso, mesmo com sua apresentação intencionalmente limitada. Ao chegar aos encontros ocasionais com chefes e descobrir que boa parte da experiência poderia ser resumida como desafios de tentativa e erro sem risco, toda a tensão foi jogada pela janela. Continuei jogando por causa de sua incrível atmosfera e criatividade, não por causa de quaisquer elementos relacionados ao terror. Ainda vale a pena tentar no Switch, se você ainda não jogou em outro lugar. Esteja ciente de que não será o evento mais assustador de 2024, nem o ponto alto de sua farra de jogos de Halloween.
Os visuais no estilo Atari são um tanto charmosos, apesar de sua simplicidade. O que é mais impressionante é que existem algumas cenas com animações modernas (e assustadoras), mantendo o mesmo estilo gráfico. | Controles muito simples, sendo tudo feito com o stick analógico, um botão de ação e acesso a documentos coletados anteriormente. |
Blips e bloops intencionalmente datados dos anos 80, bem como algumas dublagens supercomprimidas e digitalizadas. | A construção da tradição e a escrita são incríveis. Adorei a atenção aos detalhes, incluindo os menus escritos em latim. Embora o jogo consiga aumentar a tensão, seus constantes pontos de verificação e condições de falha tornam essas seções de terror mais irritantes do que assustadoras. |
Veredicto Final: 7,0 |
Faith: The Unholy Trinity já está disponível para PC e Switch.
Revisado no Switch.
Uma cópia de Faith: The Unholy Trinity foi fornecida pelo editor.
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